segunda-feira, 22 de abril de 2013

Semana cheia de atividades na Escola das Furnas


Esta foi uma semana repleta de atividades educativas nas quais participaram diversos alunos da Escola 1,2,3 JI das Furnas. 

O programa de atividades começou logo no dia 16 de Abril com os alunos mais pequenos desta instituição através de uma visita do Jaime, uma personagem das Aventuras do Priolo, já habitual nas escolas básicas de São Miguel. Cerca de 20 alunos escutaram atentamente esta aventura que tem como palco a floresta Laurissilva, na Serra da Tronqueira. Estes meninos, de uma das turmas da pré escola, descobriram então que os Priolos só podem ser encontrados na floresta e quais as plantas das quais se alimentam e dependem. Falou-se também de algumas ameaças à floresta e sobre a sua importância. Os técnicos do Centro foram presenteados no final desta atividade por uma bela canção coreografada, relembrando a chegada da Primavera aos Açores.

No mesmo dia, uma turma de 7º ano participou numa atividade da “Descoberta da Laurissilva” um pouco diferente do habitual. Os alunos desta escola dirigiram-se ao jardim de endémicas, localizado no Parque Terra Nostra (Furnas), numa colaboração entre o Centro Ambiental do Priolo e o Grupo Bensaude. Rodeados por uma vegetação luxuriante e pelas belas áreas deste jardim, estes alunos observaram e identificaram as principais características das plantas endémicas e nativas da floresta original dos Açores. Entre louros, folhados, azevinhos com as poucas bagas vermelhas que restaram da sua frutificação, ginjas-do-mato já em flor, faias-da-terra, entre outras, estes jovens ouviram ainda curiosidades sobre cada uma das espécies à sua frente.    

Alunos da Escola 1,2,3, JI das Furnas no Parque do Hotel Terra Nostra.
Esta foi uma semana em que o priolo e a floresta estiveram em destaque mas que só terminou  na sexta feira, quando várias turmas plantaram algumas espécies endémicas  no pátio desta escola, que ficou enriquecida com a beleza e singularidade de cada uma destas espécies.

A equipa do CAP e Projeto LIFE Laurissilva Sustentável agradecem o interesse demonstrado por esta escola em mostrar estas riquezas que fazem parte do património natural dos Açores aos seus alunos e também ao grupo Bensaude que tornou esta atividade possível com a sua disponibilidade em colaborar.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Projeto LIFE Laurissilva recebe alunos da Povoação


O projeto LIFE Laurissilva Sustentável, cujos principais objetivos passam por desenvolver ações de recuperação no habitat do Priolo, tem vindo a receber jovens do concelho da Povoação. Na última semana, alunos da Escola Profissional da Povoação têm observado atentamente o resultado visível de algumas intervenções em áreas consideradas prioritárias para o Priolo, na atividade “Visita guiada às ações do Conservação”, no âmbito do Programa “Conhecer os Ecossistemas, Garantir o Futuro”, através de uma parceria entre a SPEA e a Ciência Viva. 

Desde o início dos trabalhos de conservação realizados, pelos dois projetos coordenados pela SPEA nos Açores com vista à conservação do Priolo, já foram recuperados mais de 300 hectares de área que podem ser observados na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme: na Serra da Tronqueira (área central de distribuição do Priolo - 1,2), em áreas perto do Centro Ambiental do Priolo (3 e 7) (CAP), Pico Bartolomeu (4) e Planalto dos Graminhais (5). 
Áreas intervencionadas pelo Projeto.
Esta visita inicia-se sempre pela manhã, quando os primeiros raios de sol são visíveis sendo a sua primeira paragem na entrada da Serra da Tronqueira, na zona do Labaçal. Nesta área com cerca de 10ha são visíveis as diferenças na paisagem florestal entre as matas de criptoméria com algumas plantas invasoras e a zona do Labaçal visivelmente recuperada com muitas plantas endémicas e nativas da floresta Laurissilva. Após uma breve conversa sobre a natureza das intervenções, os alunos descobriram um pouco mais sobre o que está a ser feito para salvar este verdejante tesouro açoriano e que passa por remover espécies exóticas e replantar estas áreas.

Seguindo a estrada regional, o próximo local a visitar é o Centro Ambiental do Priolo, localizado na zona da Pedreira (Nordeste) perto da Reserva de Recreio Florestal da Cancela do Cinzeiro. Alguns momentos de descontração precedem outra visita, com olhar mais atento e passo mais calmo, a uma área de endémicas localizada próxima do Centro. Aqui belos cedros-do-mato sobressaem e presenteiam os jovens que planta a planta vão tentando descobrir como se chamam estas espécies tão importantes para o Priolo. Vários nomes soam por entre a vegetação: ginja-do-mato, azevinho, folhado, tamujo, louro, cedro-do-mato, uva-da-serra e muitas perguntas se seguem.
Área de plantas endémicas localizada perto do Centro Ambiental do Priolo
Limitados pelas condições do tempo, alguns alunos acompanhados pelos técnicos do CAP seguem ainda para o Planalto dos Graminhais, onde logo se sentem as diferenças de temperatura e altitude. Esta área de turfeiras encontra-se ainda dentro da ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme e tem sido recuperada nos últimos anos, pela equipa da SPEA, numa tentativa de reverter algumas alterações provocadas neste habitat prioritário pelo uso dessa área pelo Homem. Um pequeno vislumbre do trilho que leva ao Pico da Vara agora transformado num passadiço muito convidativo é ainda possível e os alunos após uma breve explicação dada pelo biólogo Rui Botelho compreenderam a importância desta área, principalmente no que se refere à retenção de água de boa qualidade.

Planalto dos Graminhais
Esta visita tem como última paragem os viveiros de produção de plantas endémicas do projeto, localizados na Povoação. Onde é possível observar a aplicação de algumas técnicas de germinação, sementeiras e crescimento das plantas da floresta Laurissilva que são utilizadas para recuperar as áreas visitadas.  
Visita aos viveiros do Projeto,
No total cerca de 85 alunos desta escola irão participar nesta atividade que todos esperamos que fique na memória de todos. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Alunos descobrem a Laurissilva na Serra da Tronqueira

Esta semana foi marcada pela visita de vários alunos da Escola EBS da Povoação à Floresta Laurissilva, no âmbito do Programa “Conhecer os Ecossistemas, Garantir o Futuro” desenvolvido pela SPEA nos Açores em parceria com a Ciência Viva. Foram ao todo 15 alunos que descobriram a floresta original dos Açores de uma forma diferente numa das primeiras áreas intervencionadas pelo projeto LIFE Laurissilva Sustentável. 
Labaçal - uma das zonas intervencionadas pelo Projeto LIFE Laurissilva Sustentável .
Na manhã de quinta feira, 11 de Abril, após um pequeno percurso a pé pela estrada da Serra da Tronqueira, os alunos visitaram a zona do Labaçal onde o projeto levado a cabo pela SPEA e parceiros desenvolveu uma ação de recuperação que envolveu remoção das espécies exóticas que ameaçam este habitat (conteira, cletra e incenso) e plantação de espécies endémicas. Aqui os alunos tiveram oportunidade de identificar in situ cada uma das plantas que fazem parte da floresta Laurissilva.
Patalugo (Leontodon rigens)
Logo no início do percurso estavam os patalugos, pequenas herbáceas de aspeto espinhoso e rude que deram as boas vindas aos mais distraídos. Esta planta possui uma flor amarela muito vistosa quando em floração o que facilita a sua identificação e as suas sementes são muito apreciadas pelo Priolo no Verão. 


Folhado (Viburnum tinus)
Mesmo a seguir, é possível observar alguns folhados com as suas florescências em cacho de cor de vinho vibrante com pequenas flores rosa pálido e folhagem abundante. Esta é uma planta endémica dos Açores que se pode encontrar em todas as ilhas dos Açores com exceção da Graciosa.

A ginja-do-mato também está presente nesta área, sendo muito fácil de identificar pelo recorte e posição das suas folhas verde escuras. Os alunos ficaram a conhecê-la e descobriram a sua importância para a dieta do Priolo, visto que este se alimenta das suas flores no mês de Maio.
Ginja-do-mato (Prunus azorica)
A urze é outra planta endémica que se observou nesta área, sendo algo abundante na Floresta Laurissilva e carinhosamente conhecida como vassourinha pelas pessoas das ilhas dos Açores. Facilmente confundido por todos com a urze é o queiró, outro arbusto nativo dos Açores.
Urze (Erica azorica)
De planta em planta assim se passou uma manhã, onde os alunos descobriram a maioria das plantas endémicas e nativas desta floresta e conheceram as principais ameaças ao habitat do Priolo.
Parte da turma que participou na atividade"Descoberta da Laurissilva"
A equipa do CAP espera que todos se tenham divertido e descoberto alguns dos segredos desta floresta tão importante para os Açores. 

Descubra mais sobre a Floresta e o que está a ser feito para a conservar em http://lifelaurissilva.blogspot.pt/
  

Descoberta da Laurissilva no Nordeste

No dia 10 de Abril, a manhã começou de uma forma diferente para os alunos de uma turma do secundário da Escola EBS do Nordeste que participaram na atividade “A Descoberta da  Laurissilva”, no âmbito do Programa “Conhecer os Ecossistemas, Garantir o Futuro” resultado de uma parceria da SPEA com a Ciência Viva.

Esta visita teve como palco em primeiro lugar o jardim de plantas costeiras localizado no miradouro do Pelado, na Fazenda (Nordeste). Um pequeno percurso onde se podem ver urzes, faias-da-terra, entre outras.  Após uma breve explicação os alunos observaram as mudanças na vegetação a diferentes altitudes identificando assim as plantas que podem ser encontradas na floresta Laurissilva de alta e baixa altitude. A visita prosseguiu, de olhos postos na paisagem, onde mosaicos de verde contrastam com matas de Criptoméria.
Urze (Erica azorica)
Faia-da-Terra (Myrica faya)
A próxima paragem foi no Centro Ambiental do Priolo não para falar do Priolo mas sim do seu habitat, a Floresta Laurissilva de Altitude. Aqui os alunos visitaram uma pequena área com plantas endémicas escondida por entre matas de Criptómeria. Num pequeno percurso, os alunos atentos e de caneta na mão puderam, então, visualizar grandes mudanças na estrutura da vegetação que viram anteriormente bem como novas espécies de plantas.

Azevinho (Ilex perado)
Neste jardim podem ser identificadas as principais espécies de plantas endémicas e nativas que compõem a Floresta de altitude. Belos cedros-do-mato, azevinhos luxuriantes, ginjas-do-mato em proximidade com folhados, pequenos arbustos de tamujos e um sanguinho (uma novidade neste dia). A atenção virou-se ainda para algumas plantas exóticas invasoras que se observaram ao longo do percurso e que os alunos identificaram imediatamente como é o caso da conteira e alguns incensos.


Esta foi uma forma didática de mostrar a Floresta Laurissilva a estes alunos que fazem parte de um dos concelhos onde se podem encontrar as áreas de Laurissilva melhor conservadas da ilha de São Miguel.

Descubra mais sobre a Floresta e o sobre o projeto desenvolvido pela SPEA para a conservar em http://lifelaurissilva.blogspot.pt/

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Turfeiras em destaque na Povoação


O Programa Escolar do Centro Ambiental continua a desenvolver atividades no concelho da Povoação. No total, 56 alunos do 8º ano da Escola Básica da Povoação assistiram hoje, 8 de Abril de 2013, a uma palestra sobre as Turfeiras, a sua raridade e importância; realizada por um dos técnicos do Projeto LIFE Laurissilva Sustentável envolvido na recuperação deste habitat em São Miguel, Rui Botelho.

Demonstração da capacidade de retenção do musgo Sphagnum sp.
As Turfeiras ocupam 3% da superfície terrestre e possuem 10% dos recursos mundiais de água doce disponível para o Homem. Estes valores mostram a importância das Turfeiras na retenção de água, função que assume cada vez maior importância na atualidade. Nos Açores, este tipo de habitat húmido, dominado por um tipo de musgo - Sphanum sp., poderia encontrar-se nas zonas altas de todas as ilhas do arquipélago, com a exceção de Santa Maria e Graciosa, mas devido a vários fatores começa a ser cada vez mais raro. As principais ameaças deste habitat são a conversão em pastagem ou mata de Criptoméria, criação de acessos ou valas de drenagem, mobilizações de terras, pastoreio por animais, introdução de vegetação exótica e mesmo o pisoteio por visitantes.

Turfeiras, do Planalto dos Graminhais, em São Miguel.

O projeto LIFE, desenvolvido pela SPEA em São Miguel, intervencionou cerca de 75 hectares deste habitat no Planalto dos Graminhais, uma área inserida na ZPE Pico da Vara/ Ribeira do Guilherme e onde se encontravam áreas muito degradadas e altamente alteradas pela ação do homem e invasões de espécies exóticas que ameaçam o equilíbrio frágil deste habitat. Entre as principais espécies invasoras incluem-se o gigante (Gunnera tinctoria), feto arbóreo (Dicksonia artica), Cletra (Clethra arborea), silvas (Rubus sp.) e as Hortênsias também conhecidas por nebulões (Hydrangea macrophylla).

Os alunos descobriram um habitat próximo e para muitos desconhecido na sua função e compreenderam a importância de proteger e desenvolver ações de recuperação tão pesadas e morosas como as que foram realizadas no Planalto dos Graminhais. 

Turmas do 8º ano da Escola Básica e Secundária da Povoação que assistiram à palestra sobre Turfeiras.

O Centro Ambiental do Priolo agradece a todos os que assistiram a esta palestra e ficou o convite no ar de uma visita a este habitat tão raro e importante para o concelho da Povoação e Nordeste.

Para saber mais sobre este projeto, consulte http://lifelaurissilva.blogspot.pt/