Com as temperaturas a subir e o sol a presentear os Micaelenses, o verão parece ter chegado por fim. Passar uma manhã ou tarde na praia é uma das principais atividades de lazer desta estação, no entanto, ninguém gosta de banhar-se numa praia cheia de lixo.
Na manhã de quarta-feira, 19 de junho, os alunos da turma do Curso de Técnico de Eletrónica e Telecomunicações da Escola Profissional do Nordeste participaram numa ação de voluntariado – Limpeza de uma praia - organizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), através do Centro Ambiental do Priolo, e inserida no programa “Conhecer os Ecossistemas, Garantir o Futuro”, promovido pela SPEA através da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica - Ciência Viva.
Logo no início da atividade, os alunos fizeram um pequeno percurso a pé até chegarem ao local escolhido para esta atividade, a Praia da Achada, no Nordeste. O lixo recolhido foi essencialmente plástico e papel, arrastado pela ribeira até à sua foz fruto dos comportamentos indevidos de alguns, ou material de pesca e derivados que se aglomeraram na praia após algum tempo à deriva no mar. Aqui se encontraram ainda alguns metais e restos de pneus cujas dimensões limitaram a sua remoção. Após mais de uma hora a fazer recolhas, os 18 alunos desta escola conseguiram encher mais de 20 sacos com lixo.
Após a limpeza da Praia da Achada. |
O lixo recolhido foi depois conduzido pela SPEA ao aterro sanitário do Nordeste, onde os alunos tiveram ainda oportunidade de realizar uma visita guiada. Odores fortes à parte, os participantes puderam observar o tratamento que é dado aos resíduos sólidos produzidos no concelho do Nordeste onde já se efetua a separação do lixo. Um passo importante para este concelho e que demonstra a preocupação com o ambiente face a um problema que se tem discutido cada vez mais – a produção e destino a dar ao lixo. Neste aterro faz-se a separação das embalagens (plásticas, metálicas), do papel e do vidro, no entanto o lixo indiferenciado ainda compõe uma grande parte dos resíduos que ai chegam. Aqui também se utiliza o processo de vermi-compostagem para o tratamento deste lixo indiferenciado e que veio a reduzir a toxicidade, em especial de metais pesados, dos resíduos que são produzidos no Nordeste.
Visita realizada ao Aterro Sanitário. |
Separação do papel . |
Alguns dos principais conselhos do técnico da CMN Paulo Bruno, que acompanhou esta visita, relacionam-se com a necessidade de continuar a separar o lixo, de não incluir certos materiais como pratos, lâmpadas e até copos no vidro para reciclar. No caso dos metais, os alunos descobriram que os garfos não devem ser colocados junto com as embalagens. Falou-se ainda de algumas coisas que podem contaminar o lixo com substâncias perigosas como é o caso das pilhas (devem ser colocadas no pilhão, nunca no lixo normal) e das lâmpadas fluorescentes e economizadoras (devem ser recolhidas nos postos de venda). Os resíduos orgânicos não devem ser colocados no lixo indiferenciado, sendo que qualquer um pode construir um pequeno ponto de compostagem no seu jardim e utilizar estes resíduos posteriormente para adubar as culturas e plantas ornamentais. Uma das questões que foi colocada pelos alunos refere-se aos eletrodomésticos estragados e mobiliário usado que muitas vezes as pessoas não sabem onde colocar. No caso do concelho do Nordeste, este problema pode ser facilmente solucionado com um telefonema para o aterro ou para a Câmara sinalizando a sua localização e solicitando a sua remoção, desta forma facilitando em muito a tarefa de recolha deste tipo de material. Este é um serviço gratuito que se realiza todas as sextas feiras no Nordeste e que muitas pessoas ainda desconhecem.
A SPEA agradece à Escola Profissional do Nordeste o interesse manifestado por este tipo de atividade, fomentando a educação ambiental e cívica dos seus alunos e ao aterro sanitário do Nordeste por ter tornado esta visita guiada possível.
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