O projeto LIFE Laurissilva Sustentável, cujos principais objetivos passam por desenvolver ações de recuperação no habitat do Priolo, tem vindo a receber jovens do concelho da Povoação. Na última semana, alunos da Escola Profissional da Povoação têm observado atentamente o resultado visível de algumas intervenções em áreas consideradas prioritárias para o Priolo, na atividade “Visita guiada às ações do Conservação”, no âmbito do Programa “Conhecer os Ecossistemas, Garantir o Futuro”, através de uma parceria entre a SPEA e a Ciência Viva.
Desde o início dos trabalhos de conservação realizados, pelos dois projetos coordenados pela SPEA nos Açores com vista à conservação do Priolo, já foram recuperados mais de 300 hectares de área que podem ser observados na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme: na Serra da Tronqueira (área central de distribuição do Priolo - 1,2), em áreas perto do Centro Ambiental do Priolo (3 e 7) (CAP), Pico Bartolomeu (4) e Planalto dos Graminhais (5).
Áreas intervencionadas pelo Projeto. |
Esta visita inicia-se sempre pela manhã, quando os primeiros raios de sol são visíveis sendo a sua primeira paragem na entrada da Serra da Tronqueira, na zona do Labaçal. Nesta área com cerca de 10ha são visíveis as diferenças na paisagem florestal entre as matas de criptoméria com algumas plantas invasoras e a zona do Labaçal visivelmente recuperada com muitas plantas endémicas e nativas da floresta Laurissilva. Após uma breve conversa sobre a natureza das intervenções, os alunos descobriram um pouco mais sobre o que está a ser feito para salvar este verdejante tesouro açoriano e que passa por remover espécies exóticas e replantar estas áreas.
Seguindo a estrada regional, o próximo local a visitar é o Centro Ambiental do Priolo, localizado na zona da Pedreira (Nordeste) perto da Reserva de Recreio Florestal da Cancela do Cinzeiro. Alguns momentos de descontração precedem outra visita, com olhar mais atento e passo mais calmo, a uma área de endémicas localizada próxima do Centro. Aqui belos cedros-do-mato sobressaem e presenteiam os jovens que planta a planta vão tentando descobrir como se chamam estas espécies tão importantes para o Priolo. Vários nomes soam por entre a vegetação: ginja-do-mato, azevinho, folhado, tamujo, louro, cedro-do-mato, uva-da-serra e muitas perguntas se seguem.
Área de plantas endémicas localizada perto do Centro Ambiental do Priolo |
Limitados pelas condições do tempo, alguns alunos acompanhados pelos técnicos do CAP seguem ainda para o Planalto dos Graminhais, onde logo se sentem as diferenças de temperatura e altitude. Esta área de turfeiras encontra-se ainda dentro da ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme e tem sido recuperada nos últimos anos, pela equipa da SPEA, numa tentativa de reverter algumas alterações provocadas neste habitat prioritário pelo uso dessa área pelo Homem. Um pequeno vislumbre do trilho que leva ao Pico da Vara agora transformado num passadiço muito convidativo é ainda possível e os alunos após uma breve explicação dada pelo biólogo Rui Botelho compreenderam a importância desta área, principalmente no que se refere à retenção de água de boa qualidade.
Planalto dos Graminhais |
Esta visita tem como última paragem os viveiros de produção de plantas endémicas do projeto, localizados na Povoação. Onde é possível observar a aplicação de algumas técnicas de germinação, sementeiras e crescimento das plantas da floresta Laurissilva que são utilizadas para recuperar as áreas visitadas.
Visita aos viveiros do Projeto, |
No total cerca de 85 alunos desta escola irão participar nesta atividade que todos esperamos que fique na memória de todos.
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